Foi assim que tudo começou, às 7h da manhã da última quinta-feira. “Ai, tô com uma dor aqui…”, ele resmungou, apontando o lado direito inferior da barriga. Mudamos de assunto, levantamos e seguimos para as nossas estações de trabalho – eu no quarto de hóspedes, ele no escritório. Eu mal podia imaginar o que viria pela frente. Em dois anos de relacionamento, sempre trabalhamos com a telemedicina, como costuma acontecer em famílias que têm médicos. Eu ligava pro meu pai ou pro meu irmão, eles diagnosticavam à distância, e vida que segue. O “vai dormir que sara” do meu pai funciona na maior parte das situações. A dor persistiu, e eu, como de costume, liguei pro meu irmão. Por teleconferência, a tendência da quarentena, ele me orientou a fazer uns testes. A suspeita: apendicite. Como assim? Isso é hora de esse órgão inventar de inflamar? Eu, com toda a minha ausência de habilidade médica (para a tristeza do meu pai), cheguei a um diagnóstico ótimo: inconclusivo. “Vocês vão ter que ir ao hospital”, veio a temida orientação. |
Você sabe qual é a profissão mais cobiçada desta quarentena? A resposta está na Sala de Marketing Digital , uma semana inteira de conteúdos inéditos e 100% gratuitos, com o objetivo de fazer você atuar de forma mais decisiva sobre seus investimentos sem sair de casa. Imediatamente, nossas mentes começaram a desenhar a cena do inferno: um pronto-socorro lotado, tosse para todo lado e, mais do que rapidamente, o casal contaminado com o tão temido coronavírus. Corta para a realidade: fomos muito bem tratados, todos os cuidados tomados e, em 24 horas, estávamos de volta à nossa casa: ele operado, eu aliviada. Por sorte, ele tinha comprado um estoque de álcool em gel, que levamos na bagagem… Por sorte, eu tinha comprado um estoque de máscaras, que usamos do começo ao fim… Por sorte, apesar de saudáveis, nós pagamos há anos o valor extra do plano de saúde corporativo para sermos atendidos em um bom hospital… Será mesmo por sorte? Eu passei as últimas semanas repetindo aqui que esta é, sim, a melhor hora de falar de dinheiro: até pra cuidar da saúde de nossas famílias, precisamos preservar patrimônio. Vai dizer que você não me viu dizer isso ou está vendo os stories do Instagram do Raiam Santos? E sobre a importância dos seguros, você já me ouviu falar? Pois bem, senti na pele essa emoção. Fez uma diferença absurda continuar pagando por algo que parecia inútil. Infelizmente, vivemos em um país em que nem todas as pessoas têm a condição de arcar com seguros. Mas hoje quero falar com você que já investe sobre a importância de não descuidar deles. Em primeiro lugar, de forma bastante concreta, não economize no plano de saúde. Em segundo, seguindo a orientação do médico que nos atendeu: não deixe de ir ao hospital se sentir algo sério. O que tem de mulher parindo no carro e de gente infartando em casa por não querer correr risco de pegar o coronavírus, eu não tinha ideia… Em terceiro, de forma mais abstrata, veja que improvável este evento: um apêndice inflamado em meio à quarentena… E como um plano de saúde, pago por anos a fio sem qualquer utilidade, de repente vale ouro… Assim também funciona o seguro do seu portfólio: ele é feito para eventos raros, improváveis, sobre os quais você nem consegue imaginar agora. Keynes chama isso de incerteza fundamental; Nassim Taleb, de cisne negro – não é à toa que o fundo para o qual ele presta consultoria rende 4.144% no ano até março. Quando até os mais fiéis já faziam chacota de seus seguros – que na teoria pareciam incríveis, mas na prática não geravam retorno algum –, Taleb mostrou o valor de se preparar para o inimaginável. Os seguros mais simples no universo dos investimentos são o ouro e o dólar. Hoje existem fundos baratos que facilitam a montagem da posição. Eles podem passar um bom tempo sem fazer muita diferença na carteira, um verdadeiro custo. Mas, quando vem o estresse, eles respondem lindamente. Você que me conhece há mais tempo já sabe: eu não passo sem uma boa pitada dos dois no portfólio. Sabe quanto rende um fundo de ouro com exposição cambial no ano? Por volta de 50%. Um bom alívio pra carteira, não? E, se você ainda não tem, esta é a pior hora para montar? Não, desde que o faça aos poucos. Assim como se você não tem um plano de saúde, sempre é hora de contratar. Prometo que eu não volto a repetir isso no próximo mês, mas precisava reforçar… Não temos controle sobre o futuro, então gaste com seguros que podem ser inúteis. Apendicite no meio da quarentena… Onde já se viu? Acesse o blog folhaeconomica.com.br para matérias sobre marketing digital, negócios online e empreendedorismo. |
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